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Quase 30 anos sonhando e caminhando para chegar até aqui


Foi esse o tempo que levei para poder afirmar, sou escritor. Na verdade, foi o tempo que levei para assumir minha vocação (nada fácil), encarar o desafio de publicar um livro e me tornar oficialmente um escritor.

Aos dez anos, inventei minhas primeiras histórias e as passei para o papel na máquina de escrever da minha mãe, sentado na biblioteca na casa de meus pais. Buscava inspiração nas lombadas de livros, a maioria das vezes em autores de nome inglês, e idealizava meus personagens das histórias de guerra, bruxaria, esportes e sabe lá mais o que. Infelizmente, em alguma bifurcação da vida, entre uma mudança de endereço e outra, esse multitemático acervo foi extraviado. Portanto, se algum dia você cruzar com um bloco de folhas sulfites e entre as histórias datilografadas encontrar o General Morris West, a caçadora de bruxas Agatha Christie ou o ponta-direita Cafuringa (aqui provavelmente aparece o primeiro ímpeto em direção às histórias de não ficção), entre em contato. Pago boa recompensa.

De lá para cá, tantas outras bifurcações se apresentaram, e acabava elegendo os caminhos que me deixavam mais distante da carreira de escritor. Com dúvida entre os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, fui de Arquitetura. Sabe, a família toda atuando na área, optei pela faculdade que exigisse uma mente criativa. Por dois anos, muita criação, mas criar não é necessariamente sinal de qualidade. O que criei de mais interessante foi coragem de desistir. A sequência foi:

Administração Pública na FGV. Sempre lendo muito, nunca escrevendo. Montar próprio negócio. Sempre lendo muito, nunca escrevendo. Fechar próprio negócio. Sempre lendo muito, nunca escrevendo. Estudar e jogar poker, escrever em paralelo. Sempre lendo muito, nunca escrevendo. Segundo negócio, dessa vez com meu irmão. Negócio doze horas por dia, seis ou sete dias por semana por dois anos, cada vez mais longe da escrita, mais longe da vocação. Nunca escrevendo e lendo bem menos do que antes. A estrada apontava para minha história de vida: você não será um escritor.

Aí, sentado em uma mesa de bar, comendo frios e tomando vinho, meu pai me pede:

— Filho, eu quis ser jogador de futebol e não pude. Me prometa uma coisa, não deixe de ir atrás dos seus sonhos.

É nesse ponto, aos 31 anos, que decido com ímpeto tomar a bifurcação na direção de escrever meu primeiro livro. Entre MBA em Vendas de Imóveis na FGV, prefiro o curso de graduação de Jornalismo na PUC-Campinas. Contra o curso natural que a vida tomava, mas a favor do curso natural do meu espírito, começo minha jornada. É agora que a história fica mais interessante. Conto no próximo post.

Até já.

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